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Jovens talentos acrescentam mais criatividade, energia, capacidade de solução, conhecimento e diversidade nas organizações. Mas a inserção no mercado de trabalho e sua permanência nem sempre são tão simples, então empresas que querem atrair juventudes devem saber quais são as responsabilidades envolvidas no desenvolvimento desses profissionais.


Historicamente a juventude sempre foi considerada um importante agente social, tratada, na maioria das vezes, como rebelde e com vontade de alterar a ordem vigente, lutando contra desigualdades e o autoritarismo. 

Para o portal Politize, embora seja uma visão romantizada presente em obras como “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, não é de todo uma mentira. Não são raros os eventos históricos dos quais a juventude foi protagonista e no Brasil não é diferente: não foram raras as vezes em que os jovens impulsionaram movimentos de contestação às condições sociais e políticas presentes nas suas épocas, representando um grupo muito relevante até os dias atuais.

Segundo pesquisa da consultoria Deloitte, no ano de 2020 tivemos 75% do mundo do trabalho composto pelas gerações Y e Z. Isto significa uma nova força de trabalho que pode transformar ainda mais a forma como fazemos negócio, prezando pela consciência em todos seus âmbitos, sem esquecer que, financeiramente, os lucros podem levar a ainda mais impacto.

Por outro lado, temos também a Geração Z como uma nova força consumidora, que vai movimentar cerca de 143 bilhões de dólares em poder de consumo. Ou seja, a juventude tem a chance de mudar a forma que se faz negócios e que se consome no mercado mundial.

Tempos de crise

O desemprego de jovens é particularmente alto no Brasil e tem aumentado rapidamente desde 2013, o que ameaça a um retrocesso de algumas conquistas sociais da década anterior. 

  • Há explicações genéricas para este fenômeno: Os mais jovens têm experiência limitada na procura por emprego;
  • Eles constituem um maior risco para o empregador;
  • Muitos precisarão ter várias experiências laborais antes de se comprometer com um determinado setor ou emprego.

Isso não só contribui para uma taxa de desemprego mais alta, mas também níveis mais elevados de mudança de emprego.

Segundo o estudo “Competências e Empregos – uma agenda para a juventude”, do Grupo Banco Mundial, em tempos de crise financeira e econômica, os mais jovens também costumam ser os primeiros a serem atingidos pelas demissões e, durante uma retração econômica prolongada, têm dificuldade de encontrar um novo emprego.

Nesse cenário, o envelhecimento e o declínio da proporção da população em idade ativa não são as únicas razões para colocar a juventude no centro do debate sobre produtividade. A mudança tecnológica e a crescente adoção de tecnologia no local de trabalho estão alterando o conjunto de competências que os empregadores procuram e o conteúdo das tarefas das ocupações brasileiras. 

Potencial sem potência

Países como Coreia do Sul, Japão e China são exemplos de que a demografia de um país não deve ditar seu destino econômico. É imperativo manter os idosos economicamente ativos por mais tempo, mas também é fundamental assegurar que cada nova geração que entrar no mercado de trabalho possua as competências necessárias para ter a oportunidade de ser plenamente integrada.

Dado que o jovem de hoje será amanhã o trabalhador na faixa etária mais produtiva, a atenção deve voltar-se não apenas para as competências fundamentais desenvolvidas mais cedo na vida, mas também para a aprendizagem que ocorre “no emprego” e em programas de capacitação. 

Três tipos diferentes de competências – cognitivas, técnicas e socioemocionais – são essenciais, como ressalta o Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2018. Um ponto curioso é que essas competências podem ser adquiridas durante toda a vida, mas a primeira infância é o período ideal para aprender a maioria das competências, que podem ser rapidamente acumuladas e dar ao jovem um bom começo.

Hoje, mais de 50% dos jovens podem ser considerados em risco de desengajamento porque não estudam nem trabalham, ou então estudam ou trabalham, mas dificilmente adquirem capital humano. Segundo os mais recentes dados de pesquisa disponíveis, aproximadamente 23% dos jovens (no Brasil, na faixa de 15-29 anos) não estão na escola, em treinamento ou trabalhando, e, assim, enfrentam a forma mais extrema de desengajamento (habitualmente chamados de “nem-nem”). 

Neste caso, o relatório propõe que essa medida do desengajamento seja usada como motivação para que se tomem providências em matéria de política com muito cuidado, mais cedo e com mais contundência no intuito de manter os jovens engajados. 

Para além desse foco em anos iniciais, muitas gerações já estão na fase da juventude e não foram assistidas por políticas em sua infância. Por isso, um olhar crítico ao seu período atual também é relevante para auxiliar seus próximos passos, em específico jovens universitário(a)s que estão em busca de inserção no mercado.

Entender como todos os agentes sociais influenciam nesse problema complexo de transformar o potencial desse grupo em potência requer uma visão sistêmica e demanda, acima de tudo, noção da importância e dos pontos positivos de investir nessa bandeira.

6 principais benefícios de contratar jovens talentos

É mais importante do que nunca abraçar e explorar os benefícios que os jovens trazem para o seu negócio. Para isso, a campanha “Ouse Sonhar” elaborou um documento citando os benefícios de contratar jovens talentos.

Este é um movimento da UNICEF que visa ouvir e consolidar as opiniões e percepções dos jovens para entender quais habilidades são mais relevantes para o seu dia a dia e quais abordagens ou métodos de ensino são mais atraentes ou sucesso em envolver os alunos para desenvolver essas habilidades e ter um caminho justo para a empregabilidade. 

Confira os benefícios abaixo:

#1 Nova energia e perspectiva

Os jovens funcionários podem trazer uma nova perspectiva e uma maneira diferente de pensar para o seu negócio. A maioria dos jovens trabalhadores está ansiosa para aprender, construir sua experiência e aplicar suas habilidades na força de trabalho. Esse entusiasmo é ótimo para a formação de equipes, produtividade e moral no local de trabalho. Funcionários mais jovens também lhe darão uma vantagem se você quiser atingir o mercado da geração Y, pois eles entendem como alcançar e se comunicar com seus colegas.

#2 Desenvolvimento da força de trabalho

Os jovens estão acostumados a aprender. Se acabaram de sair da escola ou do ensino superior, ainda assim manterão uma mentalidade que os ajudará a absorver o treinamento mais prontamente. Como não têm muita experiência anterior, os jovens são essencialmente uma ‘tela em branco’. Isso proporciona à sua empresa a oportunidade de desenvolver uma força de trabalho de jovens especificamente treinados para atender às necessidades e cultura de sua organização.

A pesquisa The Truth #7: Desenvolvimento Profissional realizada pela Eureca buscou elucidar o diálogo entre empresas e juventudes. Nesta edição mergulhamos fundo no tema e perguntamos aos jovens da nossa base como se sentem sobre a educação fornecida pelas instituições de ensino e sobre a formação cultivada pelas empresas. Vale a pena conferir!

#3 Melhor aproveitamento de recursos

Freqüentemente, os salários de um jovem funcionário são menos caros do que os de um trabalhador mais experiente. Isso significa que as empresas podem liberar trabalhadores mais experientes para trabalhar em nível estratégico e atribuir cargos básicos aos jovens. Existem também opções para estágios formais e estágios que podem ser de grande benefício, tanto para os empregadores como para os jovens.

#4 Avanço da tecnologia e adoção antecipada

A geração do milênio cresceu em torno da tecnologia. Sua afinidade natural com a tecnologia e sua capacidade de aplicar e compreender diferentes tecnologias rapidamente os diferencia de outras gerações na força de trabalho. A contratação de jovens tem um impacto positivo e importante para impulsionar os negócios na adoção e uso de novos softwares e tecnologias.

#5 Adaptabilidade e agilidade

Quando surgem circunstâncias inesperadas, os jovens estão mais bem equipados para reagir a mudanças repentinas . Isso pode ser de grande benefício no cenário mutante dos locais de trabalho modernos, onde processos, tecnologia e prioridades estão em constante mudança. Com as fronteiras econômicas, sociais e políticas em um estado de fluxo, a adaptabilidade dá aos jovens uma vantagem em um ambiente de trabalho que é mais ágil, mutável e acelerado do que nunca.

#6 Aumento nas classificações de cidadania corporativa

Apoiar os jovens para que tenham um treinamento significativo mostra seu apoio aos direitos da criança e pode refletir em um melhor desempenho nas classificações de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa. Dos Direitos das Crianças e Princípios Empresariais (CRBP),  oferecer trabalho decente para jovens trabalhadores pode ser vinculado à Prática de Responsabilidade Empresarial nº 3, destacando sua boa cidadania corporativa.

 

Acreditar na importância da juventude e criar uma série de ações concretas para impactar essa parcela da população é peça fundamental para a expansão de negócios, do mercado de trabalho em geral e do desenvolvimento econômico do país. A empresa na qual você atua está fazendo a sua parte?

Para entender mais sobre jovens talentos e acessar mais conteúdos como este, assine a curadoria de conteúdos da Eureca.

Victor Feitosa

Comunicólogo cearense que atua com programas de desenvolvimento pessoal. Um estudioso e apaixonado por educação, liderança e diversidade. Acredita que esses três pilares podem mudar o mundo se tivermos as pessoas certas nos lugares certos. No mais, adora filmes de terror, séries intrigantes e música pop.

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