Pular para o conteúdo principal

Acreditamos que liderança positiva e o autoconhecimento estão diretamente relacionados, por isso, pessoas que estão a frente de equipes precisam estar atentas aos seus próprios aspectos emocionais.


Uma liderança inspiradora e positiva tem como objetivo potencializar os talentos de toda a equipe, tornando a empresa um ambiente seguro e inclusivo para todas as pessoas, através de uma gestão humanizada.

No entanto, é preciso entender que a forma com que líderes desenvolvem seus relacionamentos intrapessoais tem uma influência direta no desempenho da equipe.

Acreditamos que isso acontece porque as pessoas tendem a se relacionar com as outras da mesma forma em que se relacionam consigo mesmas. Ou seja, o nível de respeito e empatia cedido ao outro tem bastante relação com o nível de auto respeito e consciência desenvolvido sobre as próprias necessidades. 

Por isso, para haver uma liderança positiva, é preciso que líderes criem estratégias que desenvolvam o autoconhecimento, autodomínio, autoafirmação, automotivação e a autocompaixão. Essas são habilidades necessárias para potencializar a inteligência intrapessoal. 

Inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal: qual a relação?

Sabemos que a inteligência intrapessoal é a capacidade de lidar com as próprias emoções, enquanto a inteligência interpessoal é a capacidade de se relacionar com outras pessoas. Mas é preciso, ainda, entender que essas inteligências estão interligadas e devem ser desenvolvidas em conjunto.

O psicólogo e jornalista Goleman, em seu livro “Inteligência emocional: A teoria revolucionária que define o que é ser inteligente” descreve que as emoções conquistaram um papel fundamental para o nosso psiquismo e que em momentos determinantes são elas que influenciam na razão. Goleman descreve:

“Na medida em que nossas emoções atrapalham ou aumentam nossa capacidade de pensar e fazer planos, de seguir treinando para alcançar uma meta distante, solucionar problemas e coisas assim, elas definem os limites de nosso poder de usar nossas capacidades mentais inatas, e assim determinam como nos saímos na vida. E na medida em que somos motivados por sentimentos de entusiasmo e prazer no que fazemos – ou mesmo por um grau ideal de ansiedade -, esses sentimentos nos levam ao êxito. É nesse sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo nelas.” (GOLEMAN, 1995, p. 93). 

Goleman ainda cita que quanto maior o autoconhecimento das emoções e a consciência dos sentimentos, mais compreensíveis em relação ao sentimento do próximo as pessoas se tornam. Assim, há uma facilidade maior para analisar e interpretar de forma verbal ou não verbal (tom de voz, gestos, expressões faciais e corporais) as emoções alheias. 

Se uma empresa é formada por pessoas que sentem emoções o tempo inteiro e, se as emoções afetam diretamente o desempenho das equipes, é indispensável que lideranças positivas saibam reconhecer as próprias emoções e as emoções de cada pessoa. Acreditamos que essa é uma questão trivial para que líderes consigam entender quais as necessidades dos colaboradores, e impulsioná-los com maior segurança.

Autocompaixão e a alta performance

Uma das habilidades desenvolvidas através da inteligência emocional é a autocompaixão. Segundo a doutora Kristin Neff, pesquisadora influente nesta temática, a autocompaixão está diretamente relacionada com a alta performance. Kristin explica que a autocompaixão é um motivador mais eficaz que a autocrítica, porque a força motriz da autocompaixão é o amor, não o medo. Enquanto a autocrítica pergunta “eu sou bom o suficiente?”, a autocompaixão pergunta: “o que é bom pra mim?”

Segundo a pesquisadora, essa habilidade é composta por 3 fatores importantes:

  • Atenção plena (mindfulness): essa característica consiste na capacidade de perceber e nomear os sentimentos, para conseguir, então, entendê-los e resolvê-los, caso necessário. Ou seja, atenção plena é se manter consciente. As pessoas devem perceber os momentos em que sentem dor, ansiedade ou sofrimento, evitando a negação ou, pelo contrário, o exagero. 
  • Bondade: é a vontade de ajudar e de amenizar os próprios sentimentos negativos. Nesse aspecto, as lideranças devem ser gentis consigo mesmas, evitando o julgamento constante pelas possíveis falhas. Deve haver um conforto ativo, e um constante auto acolhimento. 
  • Senso de humanidade: significa reconhecer não estar só nas próprias imperfeições, falhas ou fragilidades. É preciso que as pessoas percebam a própria experiência dentro de uma experiência humana mais ampla e comum. 

É importante perceber que a autocompaixão pode ser desenvolvida e trabalhada e, através dela, muitos benefícios podem ser atingidos no ambiente corporativo. Separamos aqui alguns motivos importantes para o desenvolvimento dessa capacidade:

#1 – expansão da autoconsciência

Acreditamos que quando as pessoas desenvolvem a autocompaixão, a autoconsciência também é naturalmente desenvolvida. Isso porque quando alguém não se julga pelas suas próprias falhas e está focado em soluções, dificilmente tem a reação automática de culpabilizar outras pessoas por elas. A autoconsciência da liderança é fundamental para uma gestão humanizada. 

#2 – aumento da capacidade de resiliência ao fracasso

Quando as pessoas se castigam, dificilmente se permitem correr riscos. Mas, é importante entender que o crescimento de uma equipe está fora da zona de conforto. A capacidade de assumir riscos e de tentar novas estratégias depende da disposição das pessoas de serem gentis consigo mesmas quando cometem alguma falha. 

#3 – aumento da capacidade de crescimento

Por serem mais resilientes às falhas, pessoas que têm autocompaixão tendem a evoluir de uma forma mais saudável, pois não há energia gasta com autopunição durante o processo de desenvolvimento. Assim, se adaptam com maior facilidade à cultura do aprendizado constante e tendem a atingir melhores resultados.

Conclusão

O autoconhecimento é um fator essencial para desenvolver a liderança positiva, afinal, afeta diretamente na forma em que líderes lidam com a sua própria equipe. É importante lembrar que a visão que temos de nós mesmos, a maneira que nos encaramos e lidamos com os próprios problemas, é também a maneira que os outros aprendem a nos enxergar.

Assim, quando as lideranças trabalham o autoconhecimento, potencializam suas próprias qualidades e são resilientes consigo mesmas, há uma facilidade maior de tratarem os outros dessa mesma maneira e de se tornarem verdadeiros exemplos inspiradores para seus liderados, garantindo que a liderança positiva potencialize os resultados finais de toda a empresa. 

Quer saber receber mensalmente os nossos melhores conteúdos e estar por dentro de mais conteúdos como esse sobre desenvolvimento? Assine a nossa newsletter!

Carolina Abreu

Redatora e ilustradora, graduada em Comunicação, faço parte do time de conteúdo da Eureca. Minha missão por aqui é escrever artigos que apontem soluções criativas e inclusivas para o ambiente corporativo, visando a construção de um futuro com maior nível de equidade e sustentabilidade.

Deixe uma Resposta