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A resiliência é a habilidade do indivíduo de se adaptar positivamente a situações de pressão, adversidades, desafios e transformações, mantendo o foco, a produtividade e a eficácia. Principalmente neste momento de pandemia, acreditamos que é essencial desenvolver essa soft skill nos líderes.


Os líderes resilientes não apenas se preocupam com o próprio desenvolvimento, mas com o desenvolvimento dos que estão ao seu redor. Buscam auxiliar os outros a aprenderem com seus próprios erros, pois também desejam receber feedbacks honestos e crescer frente aos desafios. 

Ser resiliente é algo benéfico para o colaborador e a empresa, afinal, um líder com essa característica está disposto a mudar, a encorajar a mudança e a direcionar os esforços para onde a empresa deseja chegar. 

Não apenas para que você, profissional de RH, consiga identificar, mas também incentivar para que os líderes da sua organização desenvolvam essa habilidade, vamos listar abaixo algumas das características desses profissionais:  

O que é resiliência? 

Segundo o dicionário, resiliência é a “capacidade do indivíduo de se recobrar facilmente ou se adaptar às mudanças”, e não é de hoje que a adaptabilidade vem sendo mencionada como uma das skills mais necessárias às empresas em 2020. 

Anualmente o LinkedIn Learning apresenta uma lista das principais habilidades procuradas em profissionais, e de forma consecutiva, saber lidar com mudanças, principalmente em situações de estresse é apontada como forma de se destacar no mercado de trabalho. 

O que antes já era necessário diante de tantas transformações tecnológicas, em cenários de incertezas, como estamos vivendo com a Covid-19, passa a se tornar essencial. 

Uma liderança resiliente é aquela capaz de ver os fracassos como oportunidade de melhoria e desenvolvimento de forma rápida, mantendo uma atitude positiva mesmo em meio a cenários caóticos. 

Quais são as característica de uma liderança resiliente?

Por muitos anos o foco foi a agilidade, mas a tecnologia e outras mudanças no cenário global passaram a exigir que seus líderes fossem resilientes, emocionalmente inteligentes, capazes de lidar com as mudanças, além de solícitos para ajudar seus times a adaptar-se e alcançar os resultados desejados. 

Apesar dos impactos serem diferentes em cada uma das áreas, acreditamos que algumas qualidades são fundamentais para a liderança resiliente. Entre elas: 

Empatia

A capacidade de sentir o que o outro sente caso você estivesse na mesma situação vivida por ele é uma das características do líder resiliente. Quando pensamos em um cenário de pandemia, em que todos sentem os impactos das mudanças, incluindo os próprios líderes, a empatia se torna necessária em vários aspectos. 

Justamente por também ser afetado pelo mesmo cenário, a resiliência será um diferencial para ter forças, superar o momento desafiador e demonstrar para seu time o comprometimento e a importância em entender suas individualidades. 

No início deste ano uma pesquisa conduzida pela Deloitte China mostrou que a maior parte das estratégias das empresas estavam concentradas em colocar seus colaboradores em primeiro lugar. Os dados mostraram que: 

  • 90% dos empregadores acreditam ser uma necessidade urgente fornecer aos seus funcionários a opção de trabalho remoto e flexível; 
  • Empresas de energia, recursos e indústrias encontram as maiores restrições ao oferecer soluções flexíveis de trabalho e têm se concentrado em fornecer proteção contra epidemias – garantem saneamento, equipamentos de proteção individual e segurança no ambiente de trabalho; 
  • Mais da metade das entidades governamentais e de serviço público estão se concentrando em lidar com o estresse psicológico dos funcionários.

Ações como essas revelam a necessidade das organizações de atuar para minimizar os impactos, sendo importante que o líder não subestime os efeitos em seus funcionários, mas lide com as adversidades de forma empática.  

Inteligência emocional 

A inteligência emocional, conceito desenvolvido pelo autor Daniel Goleman, envolve cinco habilidades chave:

  • autoconsciência;
  • autorregulação;
  • automotivação;
  • empatia;
  • habilidades sociais.

Diante de uma crise a inteligência emocional é fundamental. 

Um dos focos durante uma situação inesperada é reconhecer o impacto que a incerteza tem sobre as pessoas que fazem parte da organização. Líderes resilientes conseguem incentivar o time ao adotar uma abordagem calma e metódica para lidar com o futuro, sem deixar de lado a empatia. 

Enquanto isso, o desenvolvimento de habilidades como o gerenciamento das emoções permite que a recuperação seja rápida quando forçados para longe da zona de conforto, permitindo a criação de ambientes favoráveis para a manutenção do bom trabalho. 

Diante de uma crise é preciso pensar, enquanto liderança, em formas de manter o propósito vivo entre os colaboradores. Em artigo recente, a Forbes apontou que quando levantados dados com relação a última crise financeira, “empresas com certificado B (que equilibram propósito e lucro) tiveram 63% mais chances de sobreviver do que outras empresas de tamanho semelhante.”

E alguns dos fatores que levam a isso são que o propósito mantêm os colaboradores engajados, atrai clientes fiéis e auxiliam para que empresas se transformem da maneira certa, sempre relacionando a sua visão de longo prazo enquanto organização. 

Gerenciar conflitos

A resiliência também envolve a capacidade do indivíduo de gerenciar os conflitos ocasionados pelas mudanças ao seu redor. 

Quando pensamos em um líder, o bom gerenciamento dos conflitos envolve questões como: 

  • boa comunicação: evitando informações incorretas e suposições; 
  • confiança: facilitando os processos de tomada de decisão e o apoio do time; 
  • transparência: demonstrando a razão de determinadas condutas. 

Para uma gestão resiliente é preciso aprender rápido com os erros e adotar providências para as correções, levando em consideração a importância de não comunicar os fatos antecipadamente, correndo o risco de gerar ansiedade nos liderados, ou de demorar muito para fazer a comunicação, gerando interpretações erradas. 

Em tempos de incerteza, a confiança é cada vez mais sensível em sua construção, por isso é constante a necessidade de lidar com as situações imprevisíveis da melhor maneira possível. 

No ano de 2010, uma pesquisa da Harvard Business Review a partir da análise de 4.700 empresas chegou a conclusão de que “o desempenho corporativo durante as últimas três recessões, mostrou que aquelas que cortaram custos mais rapidamente e mais profundamente tiveram a menor probabilidade de superar os concorrentes após a recuperação da economia”. 

Dessa forma, é preciso saber gerenciar, adotar medidas com objetividade e prudência para lidar com os conflitos, uma vez que algumas medidas mais extremas não significam necessariamente maior chance retorno. 

Como desenvolver um líder resiliente?

Enquanto profissional do setor de Recursos Humanos, ou sendo o próprio gestor, você deve se questionar o que pode ser feito para desenvolver um líder resiliente. 

A capacidade de avaliar situações para atingir as metas atuais e construir sobre o passado para cumprir as metas futuras, exige força de caráter e inteligência para observar os processos antigos e conseguir visualizar formas de desenvolver melhorias. 

Em um primeiro momento, pode soar contraditório, mas reconhecer a própria vulnerabilidade é um passo importante para conseguir transmitir segurança à sua equipe e favorecer todo o processo de identificação para com seus liderados. 

Nesse momento é importante incentivar o autoconhecimento, reconhecer os pontos fortes, os pontos de melhoria e como todos contribuem para o desenvolvimento de sua própria resiliência. 

Outro ponto relevante é fornecer uma comunicação clara sobre as metas e objetivos. Conceder espaço para o crescimento dos seus gerentes mostra confiança em suas habilidades e profissionalismo, o que implica em outros pontos como a autoconsciência e a inteligência emocional. 

Forneça o suporte necessário. E com isso queremos dizer não apenas condições para execução do trabalho, mas também fornecer apoio emocional, ainda que remotamente. Permita que seus colaboradores possam se concentrar nas tarefas mais importantes, capacitando a equipe para as entregas. 

Conclusão

Acreditamos que a COVID-19 pode mudar a cultura do local de trabalho, como as demandas são desenvolvidas e a forma como as empresas engajam seus colaboradores. 

Em uma visão de longo prazo, este cenário pode representar uma oportunidade para que as organizações e os profissionais repensem a forma como são feitas as comunicações, o desenvolvimento de líderes mais resilientes e a necessidade de concentrar esforços na busca pela saúde e bem-estar.

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Sara Furtado

Como boa mineira é apaixonada por pão de queijo, café e uma prosa! Advogada, Customer Success ou redatora, tem sempre como objetivo ajudar pessoas a alcançarem seus objetivos e compartilhar o conhecimento adquirido até aqui!

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