A autoeficácia é um dos aspectos que mais influencia o trabalho dos profissionais de uma empresa, pois age diretamente na forma como as pessoas se veem e se relacionam com suas capacidades.
De mãos dadas com a autoestima, é preciso saber como desenvolver autoeficácia para que sua equipe seja capaz de organizar e executar ações que alcancem grandes realizações.
O renomado psicólogo Albert Bandura relatou que as crenças de autoeficácia são determinantes para direcionar como as pessoas pensam, sentem, se comportam e agem. Segundo Brandura, o nível da crença nas próprias capacidades pode influenciar emocionalmente as pessoas a concretizarem ou não suas metas e objetivos.
Ou seja, apesar de haver uma interligação, a autoestima se concentra mais no relacionamento dos colaboradores em uma esfera intrapessoal e a autoeficácia analisa a forma com que as pessoas se comportam a partir dessas crenças, avaliando suas capacidades de serem bem sucedidas ou de atingirem objetivos específicos através do simples fato de acreditarem em si mesmas.No entanto, muitas pessoas que estão em posição de liderança tendem a evitar o desafiador trabalho que é se aprofundar na autopercepção. Assim, acabam por perseguir algumas “ferramentas” de gestão que são práticas, rápidas e fáceis, mas que costumam falhar.
A relação entre autoeficácia e desempenho
Segundo o artigo “How self-efficacy affects performance in the workplace”, publicado pela TalkDesk, o psicólogo Bandura relata que a autoeficácia pode atingir o desempenho de 5 formas:
#1 – objetivos escolhidos para si próprios
As crenças de autoeficácia influenciam diretamente nas escolhas que as pessoas fazem, no grau de desafio de seus objetivos e também no nível de comprometimento. Colaboradores com baixos níveis de autoeficácia tendem a escolher metas menos desafiadoras para si próprios, enquanto os de alto nível normalmente se auto desafiam mais.
#2 – aprendizado e esforço
Os funcionários realizam, aprendem e se esforçam no mesmo nível de suas crenças de autoeficácia. Ou seja, por estarem confiantes de que terão sucesso, os funcionários que têm alta autoeficácia trabalham mais para aprender a execução de novas tarefas.
#3 – persistência
As crenças de autoeficácia também influenciam no tempo em que as pessoas persistem ao se engajar em tarefas desafiadoras. Dessa forma, as pessoas com menor autoeficácia tendem a persistir menos, por não acreditarem que conseguirão realizar as tarefas.
#4 – resiliência em situações adversas
As crenças de autoeficácia também influenciam em como uma pessoa pode responder em situações de decepção. Quem têm maior autoeficácia tende a se recuperar mais rapidamente dos contratempos.
#5 – estresse e ansiedade
Pessoas com níveis mais baixos de autoeficácia podem experimentar uma reação de estresse fisiológico mais intensa diante dos desafios do que aqueles que apresentam níveis mais elevados de autoeficácia.
Desenvolvendo a autoeficácia dentro da sua empresa
As organizações podem optar por valorizar essa soft skill no processo de seleção de candidatos. No entanto, é importante entender que a autoeficácia pode ser aprendida por qualquer pessoa e pode se tornar uma peça influente no desenvolvimento dos colaboradores de sua empresa.
Ou seja, além de ser uma forma de a empresa valorizar e incentivar o crescimento das pessoas, também é uma maneira eficaz de potencializar os resultados atingidos por cada um.
Ao falarmos dessas crenças em relação direta ao desempenho empresarial, é importante que as governanças primeiro analisem o quanto precisam trabalhar a autoeficácia de seus colaboradores. Assim, separamos algumas dicas que podem ajudar nesse processo:
#1 – invista na sua cultura organizacional
Pode parecer óbvio, mas investir em aprendizado e desenvolvimento é um grande primeiro passo para investir na autoeficácia. Uma cultura organizacional que promove o crescimento pessoal e profissional está investindo em seus colaboradores a longo prazo.
Oferecer opções paralelas de oportunidade e manter um clima de aprendizado contínuo pode fazer toda a diferença na forma como as pessoas vão se observar. Além disso, é importante levar em conta as diferenças de oportunidades sociais de cada pessoa, para atingir também um maior nível de equidade na sua organização.
#2 – inspire as pessoas da sua equipe
As lideranças devem ser treinadas para inspirar os outros, porque desempenham um papel importantíssimo na construção do bem-estar e do engajamento dos colaboradores. Assim, são mentores importantes, que podem fazer toda a diferença na forma como as pessoas enxergam a si próprios.
#3 – faça boas avaliações de desempenho
As avaliações de desempenho influenciam diretamente em como os funcionários podem desenvolver suas habilidades de autoeficácia. Ajude as pessoas a construírem metas alcançáveis e atingíveis, lembrando que pequenas conquistas podem ser o caminho de grandes realizações e gerar um alto impacto na autoconfiança. Lembre-se sempre: para uma boa gestão acontecer, é preciso que a empresa tenha também uma boa cultura de feedbacks.
#4 – valorize as pessoas da sua equipe
É importante que as lideranças desenvolvam suas capacidades de elogiar os funcionários adequadamente, associando os elogios aos bons feitos do dia a dia. O reconhecimento pode ser público ou ter um agradecimento especial direto, o importante é que seja significativo e faça sentido.
Autoeficácia e eficácia coletiva
Para além da esfera pessoal, a autoeficácia e a eficácia coletiva têm a mesma importância no engajamento de tarefas colaborativas ou individuais. Afinal, a maneira como as pessoas vêem suas próprias capacidades não afeta apenas o trabalho pessoal, mas também o trabalho que realizam com sua equipe.
A eficácia coletiva é a percepção de um grupo sobre a sua capacidade de alcançar resultados. Ou seja, é a crença coletiva nas próprias pessoas da equipe, que surge do que o grupo compartilha entre si. Assim, a visão coletiva da capacidade da equipe não afeta apenas os trabalhos das pessoas em equipe, mas também seus trabalhos individuais e como cada participante vê a própria capacidade de atingir metas.
Resumo da obra: é importante perceber que a autoeficácia influencia na eficácia coletiva, e vice-versa. Por isso, é preciso que as lideranças estejam preparadas para estimular a capacidade das pessoas de acreditarem em si mesmas, na mesma intensidade em que devem estimular a crença de colaboradores na própria equipe, seguindo passos muito semelhantes para desenvolver ambas.
É importante lembrar que o desenvolvimento de equipes é um investimento seguro e valioso a longo prazo.
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