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Acreditamos que o mercado de trabalho tem evoluído muito nos últimos tempos. Agora, além de serem importantes as habilidades técnicas dos candidatos, também são importantes as habilidades sociais e comportamentais. A nova nomenclatura, hard skills e soft skills, veio exatamente para diferenciar bem esses dois conjuntos de habilidades tão requisitadas.


Você já deve ter visto algo relacionado à “contrata-se pelas competências técnicas, demite-se pelas comportamentais”. Foi isso que um estudo da Page Personnel, realizado em 2018, reafirmou ao revelar que 90% dos colaboradores são desligados das empresas por conduta inesperada ou inapropriada. 

Entre os cinco principais motivos que levam a demissão, tanto por decisão da empresa, quanto do próprio colaborador, temos  “comprometimento com o negócio” e “não possuir o perfil da empresa”. Dessa forma, acreditamos que cada vez mais é necessário entender e aplicar no seu processo de recrutamento e seleção a análise dessas habilidades.

O que são as hard skills

Também conhecidas como habilidades técnicas, as hard skills são as competências profissionais que podem ser comprovadas através de certificados, diplomas, cursos e testes práticos, ou outras formas em que seja possível mensurar o conhecimento de maneira quantitativa. 

Alguns exemplos são: 

  • conhecimento em linguagens de programação;
  • proficiência em língua estrangeira;
  • domínio de excel avançado;
  • graduação;
  • mestrado ou doutorado;
  • contabilidade;
  • desenvolvimento de softwares.

Geralmente essas habilidades são requeridas logo na primeira etapa de um processo seletivo. Por serem associadas diretamente ao cargo e função ao qual está se candidatando, o domínio de algumas delas são indispensáveis para determinadas tarefas a serem executadas. 

O que são as soft skills

Por outro lado, as soft skills são características relacionadas ao perfil comportamental do profissional, sendo associadas às habilidades mentais e capacidade de lidar e reconhecer suas emoções. 

Algumas são consideradas necessárias, de uma maneira geral, para todos os colaboradores, como a capacidade de trabalhar em equipe, pensando que parte dos cargos envolvem contato com outras pessoas. Até por isso, a comunicação é ponto relevante aqui. 

Liderança, ética, comunicação interpessoal, assertividade, proatividade, empatia, organização, espírito de equipe, inteligência emocional e flexibilidade são algumas soft skills valorizadas na sua empresa? 

Por serem competências difíceis de medir e ensinar em um primeiro momento e por estarem diretamente relacionadas às experiências do colaborador, cresce a necessidade de avaliar, bem como identificar através de dinâmicas e testes comportamentais, quais habilidades precisam ser melhor desenvolvidas ou ainda aquelas em que já há grande potencial.

Quais são as diferenças entre as hard skills e as soft skills?

A principal diferença entre essas habilidades está na forma de mensurar e comprová-las. 

Enquanto as hard skills podem ser descritas utilizando critérios numéricos e por meio de currículos, portfólios ou perguntas específicas sobre as funções exercidas, as soft skills são melhor avaliadas com perguntas envolvendo situações e comportamentos, levando em consideração a personalidade do colaborador e a postura adotada em determinados cenários. 

Importante ressaltar que, apesar da natureza diversa, ambas as habilidades podem ser desenvolvidas por meio do conhecimento e da prática no ambiente de trabalho assim como ao longo das experiências profissionais e pessoais de cada colaborador. 

Como desenvolver as hard skills?

Treinamento corporativo

Nós já falamos sobre a importância de criar programas de treinamento e desenvolvimento efetivos neste post. Também já falamos sobre os ganhos que as ações de capacitação dos colaboradores trazem para o desempenho do profissional e para a sua organização. 

Essa é uma das estratégias que o RH e a empresa podem usar para o desenvolvimento das hard skills. Através dos treinamentos os colaboradores podem aprender novos temas, ou ainda podem se atualizar por meio de workshops e palestras, recebendo capacitação constante. 

Incentivos às formações educacionais 

As empresas podem incentivar os profissionais a se especializarem, com cursos de graduação e pós-graduação, ou a se desenvolverem, aprendendo novos idiomas e tirando outras certificações que influenciam na qualificação do profissional. 

O setor de recursos humanos da sua empresa terá um importante papel ao auxiliar o funcionário na escolha dos cursos, identificando o que faz mais sentido para o momento do profissional. Temos ainda a possibilidade de conectar um colaborador a outro em formatos de mentoria, para facilitar o processo de decisão de uma nova formação. 

Além disso, a empresa pode promover medidas para a realização de cursos por meio de parcerias com instituições e faculdades, ou até mesmo financiar, parcial ou integralmente, especializações que tornem seus profissionais mais preparados para os desafios a serem enfrentados.

Gamificação

Outra maneira de auxiliar no desenvolvimento das hard skills na sua organização é aplicar a metodologia de gamificação. 

Essa estratégia basicamente consiste em utilizar elementos comuns dos jogos em forma de recompensas e pontuações para motivar os participantes, no caso, os colaboradores ou candidatos que buscam determinado objetivo, como solucionar problemas ou realizar tarefas específicas. 

Como desenvolver as soft skills

É importante esclarecer que as dicas acima também pode ser implementadas nas ações voltadas para as soft skills. É possível adaptarmos para que os treinamentos corporativos, cursos e até mesmo a gamificação sejam parte do desenvolvimento das habilidades sócio-comportamentais dos colaboradores da sua empresa. 

Além dessas dicas, aqui estão outras sugestões práticas para ajudar no desenvolvimento dessas habilidades na sua organização. 

Incentive a comunicação 

Segundo estudo da Harvard Business Review, 70% dos problemas que acontecem nas empresas estão ligados direta ou indiretamente às falhas na comunicação. 

Outros dados que demonstram a importância de incentivar a comunicação podem ser vistos no CPP Global Human Capital. Em 2008, o report mostrou que:

  • quase 10% dos entrevistados relataram que o conflito no local de trabalho levou ao fracasso do projeto; 
  • mais de um terço disse que o conflito resultou em alguém deixando a empresa, por demissão ou decisão própria. 

Ainda constatou-se que em média, no Brasil, cada funcionário passa 1,9 horas por semana, aproximadamente um dia por mês, lidando com o conflito de alguma forma. Quantos destes não poderiam ser resolvidos com uma boa comunicação? 

Uma boa comunicação impacta em diferentes níveis hierárquicos quando se fala em transparência, escuta ativa, clareza e feedbacks, algo que se torna ainda mais relevante quando pensamos na necessidade de os líderes terem uma comunicação eficaz

Incentive o bom relacionamento interpessoal 

Por relacionamento interpessoal consideramos o incentivo ao reconhecimento enquanto time, favorecendo um ambiente mais colaborativo dentro da mesma área, e ao bom relacionamento com funcionários de outros setores. 

Equipes diferentes, quando em sintonia com seus objetivos e atribuições, colaboram para que os resultados sejam ainda melhores. Para isso, é importante que exista uma boa interação entre as equipes, possibilitando uma comunicação mais fluida e eficiente. 

Como avaliar as hard skills e as soft skills

Mapeamento das habilidades

Para essa tarefa você pode contar com o auxílio de softwares ou metodologias para que as competências técnicas e pessoais de cada um dos cargos na sua empresa possam ser analisadas. 

Realizando a adaptação para o seu cenário e cultura, você pode levantar o histórico dos seus próprios colaboradores para entender o que faz mais sentido na organização e identificar tanto pontos de melhoria internamente, quanto pontos a serem observados na busca por novos funcionários. 

Processo seletivo

São em momentos como os das entrevistas ou dinâmicas em grupo que temos a possibilidade de levantar pontos e habilidades que apenas poderiam ser experimentadas na prática. 

Muitas das habilidades, sejam hard skills ou soft skills, apenas poderão ser comprovadas em um contexto real. Cabe ao RH, no momento do recrutamento, buscar mecanismos para avaliar a experiência profissional e pessoal do candidato, por meio de testes e atividades que simulam a rotina e outros cenários em que o profissional possa estar envolvido.

Outra forma de antecipar essas necessidades em relação às aptidões consiste em desenvolver um bom descritivo da vaga. Assim, logo na primeira fase, será possível identificar o preenchimento ou não de uma parcela das habilidades necessárias ao cargo. 

Conclusão

Daniel Goleman, psicólogo e autor do best seller Inteligência Emocional, afirma que quando questionados, os líderes empresariais e diretores de RH relataram que: 

  • 90% acreditam que funcionários com habilidades pessoais proporcionam um melhor impacto comercial; 
  • 85% veem as habilidades técnicas como necessidade básica para novas contratações, enquanto as habilidades sócio-comportamentais são o que diferenciam os candidatos.

Ainda que distintas, essas competências são complementares e necessárias para o capital humano da organização. Mais uma vez os profissionais de recursos humanos têm a possibilidade de alavancar os resultados dos colaboradores e da empresa selecionando e desenvolvendo diferentes habilidades. 

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Sara Furtado

Como boa mineira é apaixonada por pão de queijo, café e uma prosa! Advogada, Customer Success ou redatora, tem sempre como objetivo ajudar pessoas a alcançarem seus objetivos e compartilhar o conhecimento adquirido até aqui!

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