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Você já ouviu falar que “os funcionários não deixam más companhias, eles deixam, na realidade, os chefes ruins.”? Essa fala de Timothy Altaffer ilustra bem o que vemos por aí no mercado de trabalho. Mas, de quem é a culpa e o que podemos fazer para mudar essa realidade e formar mais líderes para o futuro?


Se preferir, ouça nosso podcast sobre a liderança do futuro direto no player aqui embaixo:

Embed: https://eureca.podbean.com/e/liderancas-do-futuro-eucast-pra-negocios-003/ 

Não há como negar que as lideranças têm importância fundamental no sucesso de uma organização, porém, o papel de liderar uma equipe vai muito além de apenas gerenciar processos e delegar tarefas. Inclusive, liderança não depende necessariamente de hierarquia, afinal, muitos profissionais que não ocupam uma posição de gestão podem ser verdadeiros líderes em suas equipes, tendo bem desenvolvidas habilidades como resiliência, inteligência emocional e empatia.

O contrário também é muito comum, apesar de algumas pessoas ocuparem posições de gestão, muitas delas não estão prontas para liderar uma equipe.

Segundo um estudo da Deloitte, em países como o Brasil, 70% das pessoas entrevistadas disseram que suas habilidades de liderança não estavam sendo totalmente desenvolvidas. A falta de preparação das lideranças gera muito desgaste a toda equipe e, como consequência, queda na produtividade, alto nível de turnover, além da perda de muitos talentos em potencial. 

Como a pandemia acelerou as mudanças no papel das lideranças? 

Lembra quando achávamos que a pandemia duraria apenas algumas semanas e que em pouco tempo tudo voltaria ao normal? Como sabemos, isso não aconteceu, mas os profissionais que desenvolveram habilidades como adaptabilidade, resiliência e um olhar voltado à inovação, tiveram mais sucesso nesse cenário de incertezas. 

A pandemia acelerou a transformação digital e, com ela, o papel das lideranças também mudou. Com equipes a distância, o auxílio de ferramentas e o surgimento de novas demandas, ficou ainda mais evidente a necessidade do desenvolvimento constante de habilidades técnicas e principalmente socioemocionais.  

Para garantir os resultados nesse período, as lideranças precisaram se adequar para se sobressair em um cenário não-planejado. Com isso, a necessidade de ter as soft skills do futuro amplamente desenvolvidas se tornou ainda mais evidente. Algumas das principais habilidades que se mostraram indispensáveis nesse período são:

  • empatia; 
  • autonomia. 

Além de desenvolver habilidades socioemocionais, acreditamos que as lideranças do futuro precisam se preocupar com o constante desenvolvimento das próprias hard skills e de toda a equipe.

Quais são os desafios da liderança do futuro? 

Desafio #1: humanização do trabalho

Nem sempre é fácil ocupar uma posição alta e ser compreensível e acessível com toda a equipe, porém, uma liderança humanizada é essencial para os resultados, a segurança psicológica e o bem-estar das pessoas colaboradoras.

Por isso, em vez de reforçar a figura de que chefes são pessoas arbitrárias, dominadoras e prepotentes, a quem todos devem obedecer sem questionamentos, lideranças humanizadas se preocupam em entender como as pessoas estão se sentindo e compartilham suas vivências com a equipe.

Desafio #2: inovação constante

As lideranças precisam estar preparadas para, além de estarem antenadas e terem insights,  transformar suas ideias em soluções que agreguem valor para todos os stakeholders da organização.

Também é preciso ter em mente que nem sempre a inovação está relacionada a uma grande ideia brilhantemente e disruptiva. O confronto de ideias, por exemplo, pode ser uma fonte de inovação, mas isso só vai acontecer se as lideranças estiverem abertas ao debate. Nesse contexto, ter lideranças que pensam sobre a diversidade da organização é fundamental, afinal, se todas as pessoas possuem a mesma visão de mundo, fazem igual e pensam igual, a probabilidade de alguém pensar diferente e inovar diminui drasticamente.

Desafio #3: uso da tecnologia a favor das equipes

Mesmo com o avanço das novas tecnologias, o fator humano continua sendo indispensável nos processos de grande maioria das empresas, e é exatamente por isso que as habilidades socioemocionais são cada vez mais necessárias nos profissionais do futuro.

Porém, o desafio das lideranças está na implementação de softwares e equipamentos de automação de processos, de forma que em vez de as pessoas colaboradoras ficarem à margem da tecnologia, elas tenham a oportunidade de se atualizarem para integrar melhor à era digital.  Dessa forma, as pessoas colaboradoras não ficam condicionadas à execução de atividades puramente operacionais e podem dedicar mais tempo a atividades estratégicas, que estimulem o desenvolvimento de novas habilidades. 

Desafio #4: liderança de influência 

O velho ditado “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” definitivamente não se aplica a alguém que está a frente de uma equipe, pois o exemplo e a influência é uma das principais características,  ao mesmo tempo, um grande desafio das lideranças do futuro.

A liderança por influência é uma das habilidades dos líderes que, além da capacidade de mobilizar outras pessoas, conseguem introduzir ideias com assertividade. Além disso, a liderança por influência é considerada saudável, já que se baseia nas relações humanas do cotidiano e é fruto da boa comunicação, e não apenas do poder. Nesse caso, não são consideradas líderes apenas as pessoas que exercem uma função gerencial, mas sim, pessoas que são capazes de inspirar e influenciar positivamente.

Desafio #5: fortalecimento do employee experience

De nada adianta as equipes de RH estruturarem boas estratégias para manter as pessoas colaboradoras engajadas, felizes e produtivas se as lideranças não estiverem alinhadas no mesmo propósito.

O fortalecimento da marca empregadora depende muito da relação que as lideranças possuem com a equipe, afinal, são os líderes que estão em contato diário e podem influenciar diretamente na maneira como as pessoas se sentem em sua rotina. Por isso, as lideranças do futuro possuem o desafio de expandir a consciência do quanto suas estratégias e atitudes influenciam em como as pessoas se sentem no ambiente de trabalho e trabalham constantemente para melhorar a experiência das pessoas colaboradoras.

Como desenvolver as lideranças do futuro?

Equipes bem-sucedidas são formadas por pessoas com grande potencial de liderança, estejam elas em cargos de gestão ou não. Mas ao contrário do que muitas pessoas pensam, liderar uma equipe não é um dom, mas sim uma habilidade que pode ser adquirida e desenvolvida com a dedicação da própria pessoa e também das organizações, que possuem um papel fundamental nesse desenvolvimento.

Uma das muitas responsabilidades das lideranças é treinar novos líderes e, nesse processo, priorizar as habilidades socioemocionais é essencial para o desenvolvimento constante das lideranças e também das pessoas lideradas. Por outro lado, a conscientização digital e o domínio das novas tecnologias também não podem ser deixados de lado e precisam estar em pauta quando pensamos no desenvolvimento de líderes do futuro, pois as transformações tecnológicas impactam diretamente nas metodologias de gestão. 

Por isso, para desenvolver as lideranças do futuro é essencial que exista um programa de treinamento e desenvolvimento que reconheça as limitações de toda a equipe e abrace um ambiente diverso, onde a pluralidade de ideais abre as portas para inovações e crescimento. 

Mas você sabe como fazer isso? Essa foi uma das questões abordadas no episódio #003 sobre liderança do futuro do nosso EuCast pra Negócios. Com mediação de Guilherme Ceballos e como convidadas Gabrielle Teco e Bianca Rivabem, batemos um papo sobre os principais desafios das empresas e lideranças que pensam no futuro do trabalho.

Para ouvir o bate-papo completo é só dar play aqui embaixo ou, se preferir, estamos nos seus sistemas de podcast favoritos:

Embed: https://eureca.podbean.com/e/liderancas-do-futuro-eucast-pra-negocios-003/ 

Adrivania Santos

Mulher, negra e periférica, faço parte do time de conteúdo da Eureca. Por aqui, meu trabalho é transformar dados, conhecimento e vivência em pautas atuais e conteúdos que gerem reflexão, experiências e mudanças na sociedade.

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