Você já deve ter visto em vários lugares, ou até aqui no nosso Blog da Eureca, papos sobre a importância do tema de diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Cada vez mais esse assunto fica frequente (e que bom, né?).
Questionamentos sobre nosso protagonismo em relação a diversidade e inclusão no mercado de trabalho
Por isso, a gente fica se perguntando: o que eu posso fazer, na prática, para contribuir para a diversidade e inclusão no meu ambiente de trabalho? Pode ser que você esteja procurando um emprego, esteja em um estágio, trainee ou finalizando a faculdade e se pergunta: “o que eu posso fazer?”, “como eu posso agir?”. Pode ser que você não se sinta à vontade para falar sobre um assunto que você não viveu, ou falar de alguém diferente de você. O famoso “Lugar de fala”* às vezes assusta a gente, né?
Você já parou pra pensar que todas e todos nós temos um ponto de vista sobre como as coisas acontecem? Todas e todos temos um lugar diante de uma situação e assumimos um papel. Você pode não ter sido alvo de racismo ou machismo, mas pode já ter presenciado alguma situação assim e sentido aquele nó na garganta. Você pode falar sobre isso. Pode dar a oportunidade de alguém que viveu falar sobre isso, para contar a história com mais propriedade. Você pode ajudar quem já viveu isso. O que não pode é ficar parada (o).
Sabe aquele momento super desconfortável onde você escuta alguém dizer algo preconceituoso de uma forma leve e descontraída? Aquele momento em que você vê uma injustiça acontecendo com alguém, mas não faz a menor ideia de como reagir?
Se algo te incomoda, é porque precisa ser diferente. Você pode fazer a diferença no seu ambiente de trabalho. Você pode ser voz. Com um pouco de empatia e conhecimento a gente consegue ir bem longe. Conseguimos enxergar melhor as necessidades das pessoas que estão ao nosso redor e que são diferentes de nós. Conseguimos dar voz, abrir portas, criar possibilidades e mudar ambientes.
Quer saber como contribuir para a diversidade e inclusão no mercado de trabalho?
Convidamos para conversar com a gente a Renata, o Álvaro e a Bia, que trabalham na Eureca. Essa galera é jovem como você e também vivem os desafios de fazer do nosso ambiente Eureca um lugar cada vez mais inclusivo, seguro e diverso. Todas e todos nós na Eureca estamos nesse processo de descoberta. Pedimos para darem algumas dicas de como você, jovem, pode tornar seu ambiente de trabalho mais inclusivo (mesmo que você não faça parte de nenhum grupo minorizado). Se liga nessas dicas:
A palavra chave é empatia
Empatia na fala, empatia na escuta. Empatia na abertura para o diferente, que também é incrível! Os gestos pequenos podem fazer toda a diferença, na hora de contribuir para a diversidade e inclusão no mercado de trabalho como conta a Renata: “Se você está em um ambiente de trabalho acho que existem algumas coisas que dá para fazer para incluir colegas, não discriminar ou excluir grupos minorizados. Pensando que você conviveria com pessoas desses grupos, a primeira coisa é ter empatia, tentar entender o que a outra pessoa vive/viveu antes de fazer julgamentos ou minimizar a luta de alguém.
Por ex: se um (a) colega de trabalho está com dificuldades em entregar alguma tarefa, será que tem algo que você pode fazer para ajudar?
Talvez você teve acesso a cursos que essa pessoa não teve e pode oferecer uma mãozinha, ou passou por experiências na faculdade que te trouxeram um repertório diferente, ou entende mais dos termos e pode ajudar. O que importa é não julgar o desempenho e o resultado alheio, ao invés de ser útil na vida de outra pessoa. Entender que cada um possui o seu tempo de adaptação e aprendizado também é importante.”
Pequenos gestos, grandes revoluções
Álvaro acredita que trazer um ambiente inclusivo para o trabalho é um grande desafio. Segundo ele, “Desde cedo somos acostumadas (os) a usar expressões, palavras e até mesmo gestos que de certa forma, excluem, ridicularizam ou trazem alguma alusão pejorativa para algumas pessoas. Estes gestos parecem banais no nosso dia a dia porém reforçam uma cultura não inclusiva normaliza esse tipo de estrutura (machista, racista, homofóbica. etc).”. Ele acredita que apontar essas expressões para que elas não surjam novamente já é um grande passo.
Conversas importantes empoderam e transformam
Já para a Bia, algo que funciona bastante é a conversa! Falar sobre diversidade gera empatia! Se liga na dica que ela deu:
“Podemos provocar conversas informais ou organizar eventos/rodas de conversas sobre temas como esses; podemos conversar com um colega de trabalho que faz parte de algum grupo não-dominante e saber quais são as coisas pelas quais ela(e) passa no dia a dia (isso nos dá o contexto de onde podemos questionar como repensar algumas dinâmicas ou comportamentos no trabalho);
podemos contar histórias de pessoas que conhecemos; se não houverem pessoas que possam falar em nome de uma diversidade, podemos ocupar o espaço de fala com um discurso respeitoso com as pessoas em questão e podemos sempre usar da empatia como palavra de ordem para construir uma empresa onde queremos viver.”
Criar espaços de discussão e debate é uma estratégia muito usada e que gera muitos resultados. Muitas pessoas não entendem coisas que para você podem parecer simples. Um papo pode mudar a visão de alguém. E aí, o que acha de puxar papos diferentes no seu meio para colaborar com a diversidade e inclusão no mercado de trabalho?
A gente poderia ficar aqui dando dicas e mais dicas pra você, mas tem coisas que só você pode fazer na sua realidade. Você com certeza, de alguma forma, tem privilégios e oportunidades. Quanto maior é a sua oportunidade, maior é a sua responsabilidade de trazer oportunidades para outras pessoas. Quando entendemos essa responsabilidade, cada pequeno gesto vai fazer a diferença.
E você, o que pode fazer hoje pela diversidade e inclusão no mercado de trabalho?
ref.: *RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017. (Feminismos Plurais)
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