Empresas são formadas por pessoas e pessoas são movidas por emoções. Ignorar essas emoções no ambiente corporativo é virar as costas para um fator que influencia a produtividade e reflete nos resultados de toda a equipe da sua empresa.
Imagine que uma das pessoas que trabalham em sua equipe recebeu um feedback sobre um projeto que não deu muito certo e acabou ficando chateada com a situação. Se essa pessoa não tiver habilidade para lidar com esse tipo de feedback, há grandes chances de se sentir desmotivada e ainda descontar essa frustração em outras pessoas do time.
Se a situação não for gerenciada, um único funcionário é capaz de desestabilizar toda a equipe, afetando o clima organizacional e prejudicando a produtividade de várias outras pessoas.
A falta de inteligência emocional na equipe ainda pode ter consequências muito mais graves. De acordo com a TalentSmart, a inteligência emocional impacta 58% da performance profissional, sendo que 90% dos colaboradores com melhor desempenho apresentam alto nível de inteligência emocional.
Por isso, desenvolver essa habilidade em sua equipe de trabalho é essencial para impulsionar o autoconhecimento individual, mas também para garantir bons resultados para a empresa.
Mas afinal, o que é inteligência emocional?
De acordo como o dicionário Michaelis, a inteligência é definida como:
Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto, percepção.
Já a emoção é:
Ação de sensibilizar(-se). Perturbação dos sentimentos; turbação. Reação afetiva de grande intensidade que envolve modificação da respiração, circulação e secreções, bem como repercussões mentais de excitação ou depressão.
Pode até parecer dois conceitos impossíveis de se darem bem juntos, não é mesmo? Mas é exatamente por isso que eles se completam. Afinal, a inteligência emocional é, basicamente, utilizar a sua inteligência (lado racional) para controlar o seu lado emocional.
Mesmo que de forma inconsciente, precisamos fazer um esforço constante para usar a inteligência e não deixar as emoções tomarem conta de nossas vidas, o que não significa que as emoções precisam ser evitadas a qualquer custo. A empatia, por exemplo, é um sentimento muito valorizado e que precisa ser desenvolvido para a formação de bons líderes.
Porém, é importante reconhecer nossas emoções e entender o impacto de cada uma delas sobre as nossas atitudes para guiar o próprio pensamento e as próximas ações. Isso é ter inteligência emocional.
Como a inteligência emocional afeta o desempenho no trabalho?
A inteligência emocional é amplamente reconhecida como uma soft skill indispensável no ambiente de trabalho para que as pessoas possam perceber, raciocinar, compreender e gerenciar as próprias emoções. Além disso, ser capaz de lidar com as emoções dá a você a capacidade de guiar e ajudar outras pessoas, é por isso que essa habilidade é tão cobrada nas lideranças.
Ao desenvolver a inteligência emocional também é possível notar a diminuição nos índices de ansiedade e estresse de toda a equipe, ajudando a pessoa a lidar com suas responsabilidades diárias e, consequentemente, ter um desempenho melhor no trabalho.
Confira alguns dos benefícios que um funcionário com alto nível de inteligência emocional pode trazer para sua empresa e também quais os perigos de não desenvolver essa habilidade em sua equipe:
5 dicas para trabalhar a inteligência emocional da sua equipe
Por mais que muitas pessoas acreditem que ter controle emocional é algo relacionado à personalidade de cada indivíduo, a verdade é que a inteligência emocional é uma habilidade que pode ser desenvolvida com treinamentos e experiências, por exemplo.
Dica #1: comece pelas lideranças
Os líderes definem o tom de sua organização, por isso, focar no desenvolvimento da inteligência emocional das lideranças é fundamental para alavancar os resultados, melhorar o clima e a cultura organizacional, além de preparar o ambiente para as pessoas que entrarão para o time no futuro.
Além disso, apenas líderes com alta consciência emocional são capazes de compreender os sentimentos dos seus liderados, tratá-los com respeito e profissionalismo.
Dica #2: pratique a cultura de feedback
Ter uma rotina de feedbacks, ressaltando pontos fortes e apontando o que pode ser melhorado, é um ótimo exercício para desenvolver a inteligência emocional de toda a equipe.
Afinal, a pessoa que está passando o feedback precisa ter inteligência para direcionar o comentário, mesmo que não seja positivo, com empatia e respeito, enquanto a pessoa que está recebendo o feedback também desenvolve inteligência emocional para lidar com críticas e sugestões.
Dica #3: desenvolva maneiras criativas de gerenciar o estresse
Sua equipe precisa ser capaz de lidar de maneira saudável com situações como tarefas inesperadas, prazos e divergências de pontos de vista. Existem alguns exercícios que podem ajudar as pessoas a entenderem como estão se sentindo e manter baixos os níveis de estresse dos funcionários.
Experimente, por exemplo, colocar um calendário na mesa de cada pessoa e incentivar que marquem no calendário um emoji que representa como essa pessoa se sente naquele dia ao chegar no trabalho e ao ir embora.
Outra técnica que pode ser utilizada no dia a dia da equipe é encorajar as pessoas a se expressarem falando sobre o seu estado mental atual e não sobre a sua condição. Um bom exemplo é dizer “me sinto frustrado” ao em vez de “estou frustrado”. Pode parecer uma mudança sutil, mas isso ajuda a aumentar a consciência emocional.
Dica #4: incentive a autorreflexão
O autoconhecimento e autorreflexão é a chave para alcançar a inteligência emocional. Para isso, uma boa estratégia é incentivar a equipe a se fazer perguntas como:
- Quais são minhas fortalezas e fraquezas emocionais?
- Como meu estado mental atual influencia meus pensamentos e minha tomada de decisão?
- Quais são as atitudes dos outros que influenciam no que eu digo ou faço?
Perguntas reflexivas como essas revelam percepções valiosas que podem ser usadas para desenvolver novas habilidades interpessoais. Com o tempo, as pessoas desenvolvem uma maior consciência de como se relacionam com outras pessoas e aprenderão a interceptar as influências negativas, potencializando as influências positivas.
Dica #5: ofereça treinamentos de desenvolvimento pessoal
Treinamentos com profissionais que atuam em prol da saúde mental e desenvolvimento pessoal também ajudam a impulsionar a inteligência emocional dos colaboradores.
Além disso, outras habilidades valiosas também podem ser desenvolvidas nesse processo, como a empatia, o autoconhecimento, autocontrole e o aprendizado para situações de pressão e crise. Dessa forma, além de estarem mais preparados para seus trabalhos, os colaboradores estarão mais preparados para os acontecimentos do cotidiano.
Como avaliar a inteligência emocional ao contratar novos talentos?
Como vimos, a inteligência emocional é uma habilidade que todas as pessoas precisam ter para lidar com os desafios que podem surgir no ambiente de trabalho.
E por mais que essa seja uma habilidade que pode ser desenvolvida com autoconhecimento e treinamentos, selecionar talentos que já possuem essas habilidades desenvolvidas em algum nível é uma ótima estratégia para montar uma equipe de sucesso.
Porém, saber avaliar com clareza o nível de inteligência emocional das pessoas candidatas a uma vaga não é uma tarefa tão simples como avaliar as habilidades técnicas de uma pessoa. Mas existem algumas estratégias que podem ser utilizadas para avaliar habilidades comportamentais, como as perguntas situacionais.
Durante a entrevista de seleção é possível conduzir questões que ajudam a identificar como a pessoa agiria diante de um feedback negativo, ao trabalhar em equipe, trabalhando sob pressão ou até mesmo em uma situação de perigo.
As dinâmicas em grupo também são ótimas ferramentas para entender se a pessoa assume a responsabilidade para resolver problemas e se tem a capacidade de admitir seus próprios erros e fracassos.
Independentemente da estratégia escolhida para avaliar a inteligência emocional das pessoas candidatas, é extremamente importante fornecer um feedback para os jovens talentos, o que é fundamental para ajudá-los no desenvolvimento profissional.
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