Se você ainda avalia as pessoas candidatas analisando apenas as competências técnicas, cursos e formação, temos uma notícia: sua empresa pode estar deixando passar os melhores talentos.
Ter em sua equipe pessoas que sabem se relacionar, são colaborativas, proativas e criativas é a chave para o sucesso. O modo como as pessoas lidam com as emoções, pensamentos e sentimentos, influencia diretamente a saúde, a sensação de bem-estar e consequentemente o desempenho profissional.
Com a pandemia, a necessidade de ter equipes com soft skills amplamente desenvolvidas se tornou ainda mais evidente. Ao trabalhar remotamente é fundamental ter competências como:
- adaptabilidade;
- autogestão;
- aprendizagem ativa;
- resiliência.
Além disso, a demanda por habilidades técnicas e manuais está diminuindo, afinal, a inteligência artificial já permite que muitas tarefas que exigem habilidades cognitivas básicas sejam feitas em apenas um clique. Então, se a sua empresa ainda não se preocupa em avaliar e desenvolver as competências socioemocionais dos novos talentos e da equipe, já passou da hora de dar mais importância para essas competências.
O que são competências socioemocionais?
As competências socioemocionais são um conjunto de características e habilidades que nos permite gerenciar emoções, resolver problemas, tomar decisões, manter relações sociais, interagir com os colegas de trabalho, atingir metas e objetivos, por exemplo.
Por mais que essas não sejam habilidades técnicas, elas são essenciais para qualquer profissional, pois são elas que nos motivam a colocar em prática todas as competências, contribuindo para a melhor realização do trabalho. O que não faltam são histórias de pessoas com ótimas habilidades técnicas que não foram produtivas por não saber trabalhar em equipe ou gerenciar seu próprio tempo e acabaram saindo da empresa.
Isso não significa que as pessoas não possam trabalhar no desenvolvimento de competências socioemocionais. O grande problema é que as competências técnicas podem ser desenvolvidas rapidamente através de cursos, palestras e workshops, já as socioemocionais são melhor adquiridas ao longo de toda a vida a partir de vivências e autoconhecimento.
Quais os impactos das competências socioemocionais nas organizações?
Além de ser um grande diferencial competitivo, uma forte cultura de desenvolvimento de habilidades socioemocionais na sua empresa é uma ótima estratégia para criar uma experiência de trabalho positiva e mais eficiência para todos os membros da equipe. Um estudo conduzido pela Harvard Business Review mostram que as organizações focadas em soft skills têm:
- Maior retenção de talentos: ao investir no desenvolvimento profissional da equipe, as pessoas se sentem valorizadas e engajadas, tendendo a permanecer por mais tempo na organização;
- Melhores resultados de negócios: ter uma equipe de vendas com escuta ativa e empatia, por exemplo, fará com que os funcionários entendam as necessidades de seus clientes, identificando problemas e os ajudando a resolver;
- Melhor clima organizacional: situações de estresse são bem comuns no mundo corporativo, mas se sua equipe tiver um alto nível de soft skills desenvolvidas, ela vai conseguir lidar com isso e não descontar em colegas de trabalho ou até em seus amigos e familiares, mantendo o clima organizacional.
Quais são as soft skills do futuro?
Em um mundo invadido pela inteligência artificial, ter uma equipe extremamente competente tecnicamente já não é o suficiente para alcançar bons resultados. Afinal, com a tecnologia é possível executar tarefas em um clique, que se fossem feitas por uma pessoa demoraria semanas, como traduzir um livro, por exemplo.
Porém, o cérebro humano é muito mais complexo e poderoso do que qualquer inteligência artificial existente, por isso focar no desenvolvimento das soft skills é o caminho para empresas que pensam no futuro do trabalho.
O Fórum Econômico Mundial divulgou no relatório “The Future of Jobs Report” uma lista com as principais soft skills que todos os funcionários precisam ter para ser produtivos e rentáveis no futuro. As competências socioemocionais listadas no relatório são:
Liderança
Não é preciso ser um gestor para ser um bom líder, e as lideranças do futuro sabem disso. Senso de responsabilidade, estar sempre em desenvolvimento e buscar o melhor das pessoas, são apenas algumas habilidades que todas as pessoas precisam desenvolver.
Criatividade
Todos estão em busca de negócios visionários e são os talentos criativos que enxergam os melhores caminhos. A capacidade de inovação, de propor soluções e pensar além do óbvio são algumas das características de pessoas que desenvolvem a criatividade constantemente.
Pensamento crítico e analítico
Profissionais com a habilidade de analisar situações desafiadoras, apontar inovações, enxergar oportunidades e encontrar uma resposta. São essas pessoas que criam soluções disruptivas capazes de questionar os modelos tradicionais e inovar.
Inteligência emocional
Saber gerir as próprias emoções e auxiliar os outros nessa jornada é muito importante para qualquer profissional. O autoconhecimento desenvolve várias outras habilidades que facilitam a consistência e desenvolve a capacidade de liderança, trabalho em equipe e até mesmo a comunicação.
Aprendizagem ativa
Consiste na capacidade pessoal de gerenciar o próprio aprendizado de forma ativa e constante para se desenvolver pessoalmente ou profissionalmente, resolver problemas e tomar decisões.
Solução de problemas complexos
Não é novidade que a capacidade de resolver problemas é uma das habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho. Esse é um processo altamente cognitivo e que requer a identificação do problema, as opções de desenvolvimento e a coordenação de esforços em busca da solução.
Como desenvolver soft skills a distância?
A pandemia acelerou as transformações do mundo corporativo e a área de treinamento e desenvolvimento foi uma das mais afetadas. Muitas empresas não estavam preparadas para continuar com o desenvolvimento de equipes no ambiente virtual e acabaram deixando de lado o desenvolvimento de competências durante o período de home office.
O que tudo indica é que o home office veio para ficar. De acordo com um estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), 70% dos profissionais preferem continuar o trabalho em home office, e 34% das empresas têm a intenção de continuar com o trabalho flexível. Por isso, pensar em formas de continuar desenvolvendo as competências socioemocionais da sua equipe, mesmo a distância, é a chave para acompanhar as mudanças e as novas demandas.
Para começar é importante ter em mente que os treinamentos a distância permitem o aperfeiçoamento de competências da mesma forma que os treinamentos tradicionais. A única diferença é que sua equipe vai desenvolver as atividades com a mediação da tecnologia, mas isso as juventudes tiram de letra.
Além disso, o trabalho remoto em si já é um ótimo exercício para desenvolver importantes soft skills como adaptabilidade, autogestão e aprendizagem ativa. Com o home office, os profissionais que tinham algum gap dessas habilidades tiveram dificuldades para organizar a rotina, estabelecer prioridades e tomar decisões. Por isso, incentivar o desenvolvimento dessas competências vem se mostrando cada vez mais importante.
Se a sua empresa está começando agora nessa jornada de desenvolvimento, saiba que o primeiro passo é dar autonomia para que os colaboradores possam se desenvolver. Isso estimula a criatividade e a inovação nas empresas e permite que as pessoas encontrem soluções para os problemas sem a figura de uma liderança para gerenciar cada passo. Assim, além de desenvolver as competências da sua equipe, a empresa também ganha mais produtividade e agilidade nas tomadas de decisão.
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