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Por meio do employee experience, a performance dos colaboradores é promovida, assim como a retenção de jovens talentos, o engajamento e a satisfação dos profissionais. Pensar na qualidade de vida das pessoas na sua empresa é fundamental, principalmente em tempos de pandemia.


Na pesquisa intitulada “The Employee Index” da IBM Smarter Workforce Institute and Workhuman, o employee experience é definido como: “um conjunto de percepções que os colaboradores têm de suas experiências no ambiente de trabalho em resposta às suas interações com a empresa”.

Assim, o employee experience se conecta diretamente à valorização das pessoas e ao employer branding, ambas sendo fundamentais para a determinação do clima organizacional e da reputação da empresa.

Enquanto a primeira diz respeito ao employee value proposition, que apresenta uma proposta de valor às pessoas da equipe, como recompensas contratuais, boas experiências internas e o desenvolvimento da carreira, a segunda promove uma boa imagem da marca empregadora, que simplifica e atração e retenção de bons talentos, além do combate à rotatividade na organização.

A Great Place to Work apresenta dois dados relevantes acerca dos benefícios do employee experience

  • Empresas que estão em destaque no mercado conseguem reduzir os custos de novas contratações em até 43%;
  • 83% dos profissionais aceitariam salários menores se uma empresa que possuem interesse em integrar encaminhasse uma proposta a eles.

Apesar de todos os benefícios e vantagens que o employee experience leva para as organizações, um relatório do LinkedIn mostra que apenas 52% dos colaboradores afirmam que a companhia a que pertencem consegue oferecer uma experiência positiva no trabalho. 

Como e quais estratégias implementar para promover o employee experience na empresa?

Antes de qualquer iniciativa, lembre-se: toda solução começa com um bom diagnóstico.

Então, para compreender como implementar o employee experience na empresa, é necessário conhecer o ciclo da melhoria contínua, que possui três etapas: medir, entender e agir.

Etapa #1: medir

Inicialmente, o mais recomendado é realizar a mensuração do cenário atual da empresa para conhecer as opiniões, os comportamentos e as atitudes dos colaboradores, definindo quais são os passos que devem ser dados adiante. 

Para isso, acreditamos ser importante considerar fatores mensuráveis, que estão relacionados ao investimento financeiro da empresa, e os não mensuráveis, relacionados à cultura organizacional do negócio:

  • Fatores mensuráveis: remuneração e pacotes de benefícios, assistência médica, auxílio-educação e transporte, entre outros;
  • Fatores não mensuráveis: postura da liderança, flexibilidade da empresa, chance de desenvolvimento da carreira, psicologia organizacional, oportunidades de aprendizagem, entre outros.

Durante a mensuração é preciso ouvir os colaboradores de maneira ativa e enxergar a experiência no trabalho dentro da ótica de cada um. Um exercício de compreensão e empatia que deve ser colocado em prática inclui:

  • Conduzir a conversa com os colaboradores para que suas dores sejam identificadas, assim como as oportunidades que devem existir de acordo com suas perspectivas;
  • Coletar feedbacks dos membros da equipe e suas percepções periodicamente para analisar os dados e possíveis melhorias;
  • Promover um grupo focal com os colaboradores para que haja maior aprofundamento em tópicos específicos que auxiliem na otimização de suas experiências na empresa.

Ao conhecer a visão dos colaboradores em relação à empresa e os fatores mais relevantes para um bom employee experience, é possível determinar quais são os próximos passos para a empresa implementar e se tornar uma boa referência no mercado.

Etapa #2: entender

Apesar de anteriormente ser possível compreender as opiniões, comportamentos e atitudes dos colaboradores, essa segunda etapa diz respeito a entender verdadeiramente a necessidade que cada membro da equipe tem de maneira individual.

Por exemplo, é importante entender qual é o contexto que o colaborador está inserido para saber quais são exatamente as experiências relevantes para cada um. Isso é chamado de employee milestone e pode ser mapeado por meio do método “3Q’s”: quem, quando, o quê.

  • Quem: é importante traçar uma persona para os colaboradores e descrever suas características básicas e demográficas para explorar os elementos pessoais e profissionais de cada membro, assim é possível entender suas necessidades, desafios e objetivos, tanto pessoalmente quanto profissionalmente;
  • Quando: é preciso definir qual é o momento certo de otimizar a experiência de cada colaborador na empresa, visto que os membros da equipe têm suas jornadas individuais de acordo com seu cargo, competência e habilidade;
    • Por exemplo, a otimização na jornada de um líder de equipe que está há cinco anos na companhia é diferente de um jovem talento que acabou de ingressar na empresa para trabalhar na área de atendimento ao cliente;
  • O quê: aqui é necessário determinar as experiências essenciais para os colaboradores se sentirem valorizados na empresa, como um primeiro dia de trabalho ou de um novo cargo memoráveis;
    • É fundamental descrever quais são as experiências essenciais para cada integrante da equipe baseadas nas informações levantadas nos dois Q’s anteriores.

Etapa #3: agir

Chega o momento de colocar em prática as ações capazes de melhorar a experiência dos colaboradores na empresa, primeiramente focando nas que são de maior relevância para essas pessoas e que refletem positivamente na organização.

Os resultados das ações também precisam ser mensurados, geralmente sendo realizado por meio dos indicadores de desempenho da companhia, como o employee net promoter score (eNPS), responsável por mensurar a satisfação dos colaboradores em relação à empresa.

Dessa maneira é possível visualizar com maior exatidão os impactos positivos individualmente e compreender como está o employee experience da organização.

Como proporcionar um ambiente favorável?

Além de conhecer as necessidades individuais dos colaboradores e os momentos certos de investir em suas experiências, também é preciso investir em um ambiente de trabalho favorável, o qual proporciona e simplifica uma boa interação e relação na equipe. 

Existem algumas características a seu favor:

Característica #1: relação de confiança e respeito entre empresa e colaborador

A relação entre a empresa e o colaborador deve ser pautada no respeito e na confiança mútua. Acreditamos ser fundamental que a organização coloque em prática uma gestão humanizada, reconhecendo que cada colaborador é único e os tratando de acordo.

A comunicação aberta é um importante fator para que essa relação seja transparente e duradoura, sempre prezando pela verdade, reconhecendo os planos individuais dos colaboradores e os permitindo ter voz ativa e previsibilidade em relação à empresa.

Relações como essas promovem a segurança psicológica na organização, o que é bastante essencial nas companhias, principalmente em tempos de pandemia, onde a insegurança dos colaboradores é grande quanto se trata de seus empregos.

Característica #2: oportunidade de desenvolvimento e crescimento 

Uma pesquisa realizada pela GPTW aponta que o desenvolvimento e crescimento profissional é destaque no employee experience, sendo citado por 46% dos colaboradores das melhores empresas globais. 

O Índice de Confiança Robert Half (ICRH) também mostra essa característica como a de maior importância para os profissionais, principalmente para os jovens que estão ingressando no mercado atual, porque entrega a chance de aprender, melhorar e superar os desafios profissionais, a condição financeira e atividades de cargo, por exemplo, que é exatamente o que buscam.

Característica #3: valorização e reconhecimento dos colaboradores

Uma característica considerada essencial para otimizar o employee experience no ambiente de trabalho é a valorização e o reconhecimento dos colaboradores, como suas conquistas no cargo e realizações profissionais.

Essa valorização pode se apresentar por meio de um feedback positivo, de uma oportunidade de crescimento interno ou recompensas ao colaborador.

Qual é o papel dos gestores nesse cenário?

Os gestores e líderes de equipe assumem um papel relevante nesse cenário porque são os responsáveis pelos processos organizacionais, desempenho e interação da equipe.

Mas apesar de serem figuras essenciais para a implementação e otimização da experiência dos colaboradores, não são todos que têm as competências e habilidades necessárias para que a jornada dos talentos traga bons resultados.

Acima de todas as modalidades de gestão, a mais recomendada é a liderança humanizada, a qual é empática, possui inteligência emocional, sabe gerenciar conflitos, é persistente e autoconfiante. Assim, o employee experience surge quase que naturalmente por meio da humanização da gestão, contribuindo bastante para a satisfação dos colaboradores em relação à empresa.

Conclusão

Nós, da Eureca, acreditamos que o momento das organizações se atentarem mais ao employee experience já chegou e está cada vez mais presente e necessário no mercado.

Esse é um grande benefício para a marca empregadora, especialmente para conquistar jovens talentos em tempos de pandemia, entregando oportunidades de desenvolvimento e crescimento a esses profissionais.

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Mari Taketa

Oi, eu sou a Mari! Sou do time de redatores web da Eureca desde março/2020. Meu foco é desenvolver conteúdos de valor sobre Recursos Humanos e o mundo corporativo, sempre buscando mais conhecimento para agregar relevância ao seu negócio!

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